terça-feira, 16 de setembro de 2008

Metodologia da Pesquisa em Educação: Analítica e Dialética

Análise do Texto Metodologia da Pesquisa em Educação: Analítica e Dialética


Jone Dário Rodrigues da Cunha



1) TEMA: Do que trata

O tema deste trabalho, extraído do artigo do Prof. Dr. Edmilson Paschoal, trata-se da Metodologia da Pesquisa em Educação: Analítica e Dialética.

2) TESE: O que defende

O Prof. Dr. Edmilson, defende em seu artigo a forma do uso dos métodos Analítico e Dialético nas suas mais diversificadas exposições, conteúdos e essencialmente a necessidade que o aluno deverá escolher um deles nas suas pesquisas, também o objetivo que cada método se propõe a abordar, na produção de textos em Educação, mas para se chegar a esta análise o autor apresenta uma definição do conceito de método e a sua pertinência ao longo da História da Filosofia baseada no desenvolvimento do pensamento filosófico dos Pensadores desde a antiguidade até a época contemporânea.

3) NOÇÕES: Conceitos importantes.

Para compreendermos a análise que o Prof. Edmilson aborda é importante ressaltar alguns conceitos pertinentes que contribuem para um maior esclarecimento de sua idéia.
Como primeiro conceito temos o de método. Segundo o autor o termo método esta mais ligado a sua raiz etimológica do grego methodos e do latim methodu, expressando a idéia de caminho, após, esse significado inicial passou a incluir os procedimentos que servem para alcançar certos resultados, no entanto, passou a designar á boa ordem na disposição dos raciocínios que podem ser de forma oral ou escrita. A partir do Século XVII, precisamente o termo método já não caracteriza como um caminho que conduz a uma verdade, ele caracteriza o status da garantia dessa verdade produzida pela ciência.
Método e resultado: tese/ explicitação: Citando o autor Victor Goldsmit, Edmilson nos mostra que não há uma dissociação da tese e de sua explicitação “doutrina e método, não são elementos separados, o método se encontra em ato nos próprios movimentos do pensamento filosófico e sua principal tarefa a do intérprete é restituir a unidade desse pensamento que inventa teses, praticando um método”, ou seja, para toda e qualquer pesquisa é necessário o uso de um método, em se tratando da produção de sistemas filosóficos.

Analítico: modelo metodológico que têm como método fundamental a análise
Dialético: modelo metodológico que têm como método fundamental o diálogo em duas premissas, tese e antítese.
Princípio de não-contradição: algo que pode ser e não ser ao mesmo tempo e sob o mesmo aspecto, ou seja, uma análise não pode ter uma tese falsa e verdadeira ao mesmo tempo.

4) ARGUMENTOS: Produção do raciocínio.

Para sustentar sua idéia inicial, o autor apresenta de forma breve a oposição dos modelos metodológicos, a analítica e dialética, oriundas da Grécia Antiga que foram concebidas com duas formas contrárias de conceber o mundo, na perspectiva Heraclitiana e Parmediana. Para Heráclito o mundo está em constante mudança e nada permanece para sempre, já para Parmênides, admite que neste mundo não deve haver mudanças substanciais. Segundo, Edmilson, teríamos aqui de forma embrionária, os dois princípios metodológicos que se estudam, no de Heráclito o dialético e no de Parmênides o analítico.
Outro ponto de argumentação que o autor levanta é que o termo diálogo é estabelecido por Platão, nos escritos Diálogos. No esclarecimento do termo analítica, o autor nos mostra que esse termo é utilizado pela primeira vez por Aristóteles nos escritos que tratam sobre Lógica- Primeiros Analíticos e Segundos Analíticos e este modelo analítico fundamentado pelo filósofo é aplicado por preposições e estas são frases compostas de sujeito e predicado que podem ser analisadas de acordo com seus quantificadores podendo ser afirmativa ou negativa.
Outra fundamentação importante que o autor nos apresenta é em relação ao princípio de não-contradição, este passa a ser um dos aspectos de grandes disputas entre analíticos e dialéticos, para os analíticos esse princípio é um quesito que serve para descartar um discurso, já para os dialéticos concebem como um princípio ativo e inerente a todas as coisas.
Duas considerações que o autor apresenta para reforçar a discrepância que há entre os analíticos e dialéticos: a primeira volta-se ao esclarecimento que os dialéticos chamam de contradição, equivale ao quadro lógico dos analíticos, a contrários. A segunda consideração é a necessidade que os analíticos possuem de terem um sujeito lógico, já para os dialéticos, a resposta á pergunta pelo sujeito, está voltada ao Absoluto, em alguns casos e em outros está pautada ás estruturas econômicas de produção, porém, nunca a algum indivíduo particular.
Por último, outro ponto de argumentação que o autor apresenta é a dialética concebida por Hegel, este que ao longo da história da filosofia implantará o seu método. Para Hegel, a dialética torna-se um olhar a respeito do passado e um método de explicação, de um desdobramento que se faz na história a um determinado fim, ou seja, Hegel concebe a dialética como sendo a maneira ou forma pela qual se tem o desdobramento do Absoluto – a Idéia- na história.
Concebida dessa forma constrói-se á a partir daí um grande dilema em volto à dialética, contrastando a dialética de Hegel com a de Marx. Edmilson nos aponta uma diferença essencial entre as duas formas de dialéticas desses dois filósofos: Para Hegel são as idéias – o Absoluto- que colocam a realidade, já para Marx é a realidade material, vista como os processos produtivos e os conflitos de classes que produz as idéias, ou seja, segundo Marx não é a idéia – Absoluto - que se constitui na história por meio de contradições, mas são as relações sociais – formas de organização – que vão se modelando conforme os modos de produção.
Assim como vemos as mudanças implicadas na dialética e toda a sua construção, da mesma forma a analítica também passa por essa mudança, entre as mais significativas o autor aponta que ela ocorre no início do Século XX onde é identificada pela expressão Filosofia Analítica, iniciada por Moore e B. Russel, na Inglaterra, com Wittgenstein ela ganha contornos de Filosofia da Linguagem. Independentemente das suas mudanças e variações o que é importante ressaltar é análise presente na Filosofia Analítica, e este constitui o seu caráter essencial.

5) COMENTÁRIOS: Sua opinião

Após essas abordagens em que o Prof. Dr. Edmilson nos apontou com bastante precisão no que diz respeito ao método e respectivamente ao analítico e dialético, como pressupostos para a educação, fundamentados nos filósofos, podemos observar que o exercício da pesquisa e da produção dos textos filosóficos nos aponta para uma visão, não unilateral das coisas e das realidades, mas nos impulsiona a percebemos que qualquer pesquisa, seja qual for sua temática, ou método que seja utilizado, jamais se esgota em si mesmo, mas garante a nós pesquisadores e leitores e a tantos que se dispuser a iniciar sua pesquisa, a ter várias perspectivas de leitura e reflexão, partindo de si mesmo e indo de encontro ao outro nessa constante dinâmica do processo da construção do Conhecimento.



Referência Bibliográfica

Revista Diálogo Educacional – v.2 –n.3 – P.161-169 –Jan. /Jun. 2001


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