terça-feira, 29 de abril de 2008

Comentário: Projeto da Dissertação do mestrando Luciano: O Belo como símbolo de moralidade

O tema da Dissertação do mestrando Luciano nos traz como tema O Belo como Símbolo de Moralidade. Seu trabalho está dividido em três partes: na primeira ele aborda noções de analogia e de símbolo; na segunda é abordado a solução do problema onde é trabalhado o belo, o símbolo e a moral e na terceira parte é trabalhado a relação da moral com o sublime, ou seja, a relação da moral com os juízos teleológicos. É importante ressaltar que a linha pela qual Luciano irá trabalhar sua Dissertação desenvolveu-se numa linha Lógico- Semântica, para justamente ter um maior esclarecimento acerca dos termos trabalhados e argumentados filosoficamente.
A Obra pela qual será o fio condutor de sua fundamentação e argumentação filosófica é a Crítica da Faculdade de Juízo. Essa obra de 1790, chama-se Crítica da Faculdade de Juízo, é comumente designada como terceira crítica, no entanto, até 1788, a intenção de Kant é a de redigir uma terceira obra crítica que deveria se chamar Crítica do Gosto, porém, o que nos leva a crer que essa mudança de intenção ela não corresponderia ao abandono de uma meta que tivesse como tema central, o belo, do ponto de vista de sua avaliação,isto é, o gosto,e do ponto de vista de sua produção, isto é, a arte, é nessa perspectiva pela qual Luciano irá abordar o seu tema, por isso que a investigação estética que então se projetava começou a se evidenciar como uma privilegiada via de acesso a um poder fundamental da subjetividade chamado por Kant Urteilskraft, poder de julgar. Eis por que a Terceira Crítica, a qual permaneceu, em um certo sentido, primordialmente uma investigação acerca do belo, do sublime e da arte, veio a se chamar Crítica da Faculdade de Juízo. Kant entendeu que uma condição para que se construa um acesso a essa faculdade do sujeito chamada “faculdade do juízo”, “poder de julgar”, é que se proceda a uma investigação crítica orientada pela pergunta pelos juízos sobre o belo, ou juízos de gostos puros. Chegamos então ao questionamento que mostra o quão familiar pode nos ser o ponto de partida da teoria kantiana do belo, via de acesso ao nosso poder de julgar em geral e que Luciano trata na sua Dissertação: O questionamento que move o projeto kantiano de uma crítica do gosto é assim formulada: nossa apreciação de uma forma bela da natureza ou da arte possui ou não algum valor universal ? Podemos reivindicar para um juízo do tipo “isso é belo” o assentimento de outras pessoas, eventualmente de outras épocas, baseando em algum princípio de necessidade? Mais do que isso, como nosso gosto sobre o belo poderia sequer se tornar objeto de uma crítica? Ora, por crítica entende Kant e isso Luciano quer demonstrar em seu trabalho, uma investigação das possibilidades e limites de faculdades subjetivas que atuam sob a legislação de princípios a priori, uma tal delimitação supõe a tarefa de demonstração da necessidade, da validade objetiva e da universalidade desses princípios.
Tendo como ponto de partida a problemática já levantada anteriormente, vemos que agora em sintonia com os fundamentos da perspectiva investigativa da Crítica como um todo, o problema da beleza é formulado por Kant nos termos da pergunta por um exercício do julgar, nesse sentido, o belo, na natureza ou na arte, é objeto de um juízo, o prazer de sua contemplação é resultado de um juízo, a universalidade que, segundo Kant, nosso uso da linguagem reivindica para o gosto é também, a universalidade de um juízo.
Portanto, qualquer tentativa de discernir o que concerne á universalidade, á privacidade e á natureza própria do prazer do gosto depende de uma compreensão do que se passa num juízo de gosto e consequentemente, de sua diferença relativa aos outros tipos de juízo, pelos quais pretendemos produzir conhecimento, por exemplo, ou pelos quais expressamos nossas convicções morais. Em sua Dissertação Luciano nos aborda com clareza a definição de juízo. Segundo Kant, um juízo é uma proposição de conceito, existindo de duas formas o juízo analítico e o juízo sintético. O Analítico é aquele quando não se acrescenta nada de novo ao sujeito (o homem é mortal), estou fornecendo uma informação que já está contida no sujeito, este juízo é denominado juízo a priori. O Sintético ultrapassa o conceito em si, ele vai além deste conceito (o homem é bom), ou seja, para que eu saiba que o homem é bom, preciso de uma experiência, assim ele é denominado posteriori. Uma outra questão ligada aos juízos é o termo analogia que Luciano discorre na primeira parte de seu trabalho. A Analogia é uma maneira de ver o que há entre causa e efeito, o meio termo que não conseguimos falar com precisão, com exatidão. Na filosofia kantiana ela acontece de três formas distintas: pela Permanência-substância; pela Sucessão-causalidade livre e pela Simultaneidade- reciprocidade. Outro dado importante que é trabalhado em sua Dissertação é a questão das Idéias Transcendentais – Deus, Alma e Mundo- estas são idéias que a razão pode apreender não têm objetos aos quais possamos fazer referências diretas, por isso que a analogia será utilizada com a denominação de Princípios Heurísticos, sistematizações que me direcionam na organização do mundo.
Segundo Luciano, a tese essencial de Kant é a de que existe um fundamento para a possibilidade de uma universalidade estética não objetiva e esse fundamento, que é um princípio pertencente á unidade do sujeito enquanto tal e que não pode ser conceitualmente determinado, objetivo, é a própria faculdade de julgar, eis por que pôde um dia a crítica kantiana do gosto vir a se chamar Crítica da Faculdade de Julgar. Portanto, concluímos, que, segundo Luciano, nos termos da Estética de Kant, essa é pretensão de que o fundamento de determinação do juízo de gosto sobre o belo ou a arte, pertença ao modo de ser do sujeito enquanto tal e não á conformação específica e privada da apetição desse ou daquele sujeito.

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Paralelo entre o Projeto da mestranda Leysereé A Lei Moral em Kant e o Superego em Freud com o Filme O Porteiro da Noite

A mestranda Leysereé, Psicóloga, nos apresentou seu Projeto de Dissertação de mestrado trabalhando como tema A Lei moral em Kant e o Superego em Freud. Sendo um tanto quanto desafiador Leysereé fundamenta sua tese abordando as aproximações e diferenças que há nos dois Filósofos. Em Kant foram apresentados esquematicamente a reconstrução do Imperativo Categórico. E esta reconstrução partiu de cinco aspectos centrais. Antes de nomear esses cinco aspectos a aluna trabalhou a fundamentação de sua reflexão em Kant das obras: A Metafísica dos Costumes (1785); A Crítica da Razão Pura (1781) e a Crítica da Razão Prática (1788).
Os cinco aspectos dos Imperativos: Categóricos e Hipotéticos abordados foram: 1º O Formal- Prescritivo, cuja lei não visa um fim material (ação descritiva); 2º Dever – Obediência por dever, sentido moral e obediência conforme ao dever, sentido legal; 3º Sentimento de respeito, princípio subjetivo; 4º Interesse Moral # do Interesse patológico que é oculto e 5º Autonomia versus Liberdade.
Tendo como objeto de sua reflexão e análise em Kant a Lei Moral, os Imperativos, em Freud o objeto de sua reflexão e análise foi trabalhado o Superego e o texto para sua fundamentação: Sobre o Narcisismo, pautando o agente psíquico. Em Freud duas tópicas foram abordadas 1º Tópica (antes de 1923): termos trabalhados - Conscientes, Pré-conscientes e Inconscientes; 2º Tópica (após 1923): termos trabalhados - Ego, Id, e Superego.
Na sua análise Leysereé nos aponta no seu trabalho que no ano de 1924 surge o Problema do Masoquismo: gerenciado pela dor que pode trazer satisfação ou prazer e aqui a pulsão de morte desencadeia a destruição, a agressividade. Partindo da análise do filme O Porteiro da Noite, o qual mostra o amor sadomasoquista desenvolvido entre uma ex-prisioneira de um campo de concentração nazista, Lúcia, e um oficial da SS, Maximilian Aldorfer, que na época fora seu torturador e amante.Treze anos depois dela ser libertada os dois se reencontram num hotel em Viena onde o mesmo é porteiro e neste hotel eles revivem toda antiga relação doentia e auto-destrutiva. Esta ação é bastante presente na cena em que Maximilian vai ao apartamento dela e lhe pergunta se ela está ali para delatá-lo, a seguir os dois discutem, ele bate nela a chama de vagabunda e todo aquele ritual sadomasoquista do passado é revivido, terminando a cena com juras de amor. Temos nesta cena toda análise que Leysereé nos abordou a respeito de seu estudo, enfocando principalmente a questão da Pulsão de morte em Freud, o problema do masoquismo.
No Filme e essencialmente nesta cena que descrevemos é bastante notório a sensação de prazer e satisfação que a personagem Lúcia sente ao levar pancadas, ao ser xingada e submetida a toda forma de sadomasoquismo que passa pelas mãos de seu ex-amante e torturador, Maximilian, nele também é muito presente o olhar e a satisfação que o mesmo sente ao machucar e bater no seu objeto de desejo e consumação, Lúcia.
A relação doentia e auto-destrutiva de amor, sofrimento e paixão que os dois revivem nos mostra o quanto essa realidade é presente em muitos casos amorosos de paixão entre os casais, o universo do sadomasoquismo é invariável tanto no homem quanto na mulher que se submetem em um ser o torturador e a outra vítima, quanto de impulso do Superergo é reinante nessas relações. O tema do sadomasoquismo foi presente também no filme de Nicolas Cage - 08 Milímitros
No mundo do Erotismo a fantasia é ingrediente essencial e muito explosivo para a satisfação do prazer e a consumação da dor, por mais inconsciente que seja, não há aquele que não tenha demonstrado tal realidade nas suas fantasias doentias, para aqueles que julgam assim, para os protagonistas dessas relações é o mais natural possível a pessoa demonstrar o quanto ama seu ou sua parceira realizando e submetindo o outro aos seus mais invariáveis delírios e desvarios. Em Suma, o que o estudo e a análise de Leysereé quer nos dizer na sua tese é que cada um de nós carrega dentro de si um pouco de masoquismo e sadomasoquismo em nossas relações diárias com o outro.


sexta-feira, 18 de abril de 2008


Caderno de Atividades

Além da Lei
From: agostinhodearruda Views: 2
A PSICANÁLISE

Dioni Gonçalves Ferreira Mangela
Jone Dário Rodriguês da Cunha
Rosana Paula Agostinho
Wanderlita Pott
Yuri Tomaxek
A psicanálise foi inaugurada por Freud, esta que não é uma ciência e tão pouco uma mera prática médica, mas sim se constitui como uma terapia, e como reflexão da cultura. Os filósofos Freud e Lacan possuem um grande esforço para posicionar a psicanálise como um saber. Portanto o saber psicanalítico seria um tratamento de neuroses e um modo de compreender o desenvolver (texto Original Perez. D) das civilizações, e os produtos de sua cultura.Hoje a psicanálise clínica é um meio comum e universal. É aplicada no tratamento clínico, entendendo a cura de diversas formas. Lacan buscava explicar a psicanálise através da natureza, e através de gráficos matemáticos. Porém a psicanálise não pode e não é uma ciência da natureza, e não pode ser entendida como um modo matemático. Freud se preocupou em elaborar a noção de pulsões, este elemento agiria na desconstrução da relação de opinião entre corpo e mente. Tal dicotomia não sustenta a abordagem da psicanálise, pelo fato que não é possível colocar a psicanálise no interior de uma epistemologia pautada por uma dicotomia, senão apenas como um equívoco ou falsa ciência. Foi assim que Popper e seus seguidores procederam, questionando o que é a pulsão, que a mesma não se trata de instintos, nem de um fenômeno da consciência, e como é possível testar estas proposições da psicanálise?
Nisto Lacan, com seus estudos, gráficos e mitos sustenta a abordagem. Então a psicanálise se compreende como uma ética, experiência da relação do sujeito como o próprio sujeito, e com as barreiras que o separam um do outro. Neste sentido podemos tratar de uma ética do desejo, na posição de conseguir realizar um desejo. Embora Freud tenha recorrido à estratégia platônica de explicar algo com mitos, exemplo: Édipo onde mostra a estrutura que da conta e permite o funcionamento de fenômenos ou sintomáticas que encontram na clinica em Lévi-Strauss, o mito não e propriamente explicação, não é nada.
Em Lacan fica mais claro o conceito do que se entende por significado. O que o inconsciente não é nunca, e nunca foi o âmbito das trevas, o irracional, a caixa preta ou qualquer coisa que se possa reduzir a uma experiência mística, ou uma relação de oposição neutralizadora com a razão.A filosofia de Kant e Nietzsche marcou os limites da razão e reelaborou a noção de irracional, nesta história, Freud não sugeriu uma espécie de nu selvagem da razão, mas o funcionamento de outro mecanismo, com outro regime de causas que aquele suportando o registro de consciência ou da natureza.O inconsciente está estruturado com uma linguagem, dirá Lacan. Trata-se de entender uma lógica que aparece na superfície significante onde a negação, repetição e a contradição não são à exceção de erro, mas sim é material de trabalho.Newton conseguiu apresentar os movimentos dos planetas, assim Freud e Lacan apresentariam as possibilidades de entender as manifestações do inconsciente. Lacan recorre aos mitos e realiza relações com a linguagem e com auxílio que ela não alcança.A pergunta pelo DEVE não se resolve numa ética do dever, muito menos numa ética da prudência ou da utilidade. Em Lacan podemos ver o alcance e o limite que aparece em Kant, em Aristóteles e no utilitarismo. Em todos esses modos de agir, alcançamos um bem, em definitivo: uma coisa. Lacan esclarece que qualquer coisa, condição ou possibilidade de qualquer coisa ou bem da realidade do sujeito. Algo se organiza em torno de um vazio, o próximo estranho, o primeiro exterior, anterior a todo recalque, afeto primário fora-do-significado, o perdido e nunca perdido é impossível de retornar, mas todo seu encaminhamento e orientação são para reencontrar a Coisa. “Em suma, a coisa é o que do modo real padece dessa relação fundamental, inicial, que induz o homem nas vias do significante, pelo fato mesmo de ele ser submetido ao que Freud chama de princípio de prazer”(Lacan, Seminário 7, 1959-60 R.J. Zohar .Editores p 168) O principio de prazer guia o homem de significante em significante, mas a coisa não é significante. Refere-se à morte, é o pulo para fora do simbólico.Kant, nada garante sobre a felicidade nem mesmo uma ética dos bens. O que busca é algo além do dever, dos bens e da lei. Uma culta transgressão do desejo, certa função estética do erotismo, presente em Lacan e Freud.“Se isto é aceitável, então aparentemente temos um paradoxo: na medida em que ficamos para aquém da lei e dos deveres que superou, estamos retidos nas vias do nosso desejo, mas na medida em que o desejo esta para além da lei, o risco de nos encontrarmos com o nada é inevitável.Eis a questão da cura, de uma cura das ilusões que retém o paciente em relação ao seu desejo.”(Lacan, Seminário 7, 1959-60.R.J> Zahar Editores p 267) Em Lacan á vários pontos de trabalho, entre eles, o desejo do analista, sobre o desejo de cura do analista, das noções de sublimação e sadismo.Se a analise não procura um bem último, também não procura um mal.Não trata de cumpri uma promessa de felicidade nem de tristeza. O analista deve se abster de dar exemplos. A ética do desejo é uma ética sem moldes. Uma abertura para aquilo que não fecha. Certamente, o para além da lei exige ou demanda de uma retórica, um erotismo na experiência da ética.A sublimação não são apenas recalques, mas um desejo que vem ocupar o lugar da Coisa, bem estar.O vazio é o principio de sublimação. O sadismo, o sádico nega que o gozo seja possível, e aí em frente se confundindo com o próprio objetivo. No final o sádico em última analise é o objeto.Assim se o dever seria um recalque ou pelo menos o controle dos impulsos do desejo - pela obediência da lei o gozo sádico não seria propriamente um para-além-da-lei, uma transgressão da lei de que é possível alcançar o gozo que a lei, a outra lei, proíbe, na tentativa de regular, de determinar as relações entre os sujeitos. No Sádico, trata-se sobre a desmentida da lei, da renegação da castração simbólica, que dirige a pulsão (sado masoquista) para uma tentativa de satisfação que retoma no modo invertido. Um exemplo é Marques de Sade, que vai além da lei, seu desejo vai além da donzela representada como significante. Marques goza pelo movimento pulsional que o leva para as instituições de disciplinamento.Neste sentido o que fica é a articulação significante no simbólico e no imaginário por meio do mecanismo da sublimação de colocar alguma coisa como Coisa, de ficar no prazer, para além da lei, para aquém goza.
Sobre o texto responda:
1- Qual o sentido da palavra ética, na psicanálise?
R: ________________________________________________________
________________________________________________________2- Qual o papel da psicanálise na filosofia?R: ________________________________________________________________________________________________________________3- O que a psicanálise entende por coisa. Explique?R: ________________________________________________________________________________________________________________Complete a frase de acordo com o texto acima:A psicanálise trabalha à experiência _ _ _ _ _ _ _ _ , e a experiência de seus desejos.A psicanálise tem mais haver com os _ _ _ _ _ _ _ _ . A terapia trabalha o _ _ _ _ _ __ _ e critica o desenvolvimento humano._ _ _ _ _ _ _ _ _ _ desenvolveu a psicanálise e _ _ _ _ _ _ _ _ _ continuo seu estudo.Escreva um texto sobre a questão da ética dentro da psicanálise, baseado no filme “A psicanálise: lei, ética e desejo” (titulo a confirmar)
___________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Caça palavras:Encontre no quadrado a baixo as palavras que estão em negrito no texto e de com o auxilio do dicionário, de o significado e escreva um texto utilizando estes conceitos (palavras).A psicanálise não é uma medicina, não é um conceito, é uma terapia reflexiva de uma cultura.Quem deu inicio a psicanálise foi Freud, quem continuou os estudos foi seu aluno e filosofo Lacan. A psicanálise trata sobre vários pontos filosóficos, dentre eles a ética, a lei, que produz o desejo que preenche a falta de alguma coisa.
Indicações de livros:
Freud na Filosofia BrasileiraOrgs: Leopoldo Fulgencio e Richard Theissen Simanke Editora Escuta, 2005. Artigos de Bento Prado Jr., Ernildo Stein, Luiz Roberto Monzani, Osmyr Faria Gabbi Jr., e Zeljko Loparic acerca de Freud e da teoria psicanalítica em geral, que tipificam as linhas de pesquisas dos pensadores que iniciaram a filosofia da psicanálise no Brasil.Notas a Projeto de uma PsicologiaAutor: Osmyr Faria Gabbi Jr. Editora Imago, 2003. Tradução e notas à obra seminal e não publicada de Freud, Projeto de uma psicologia científica, de 1895, que revela as fontes filosóficas da futura metapsicologia da Interpretação dos Sonhos. Esta cuidadosa investigação conceitual pretende demonstrar como a teoria freudiana é tributária, na origem, da psicologia empírica de John Stuart Mill. O livro elucida, entre outras coisas, a relação entre o aspecto econômico dos processos psíquicos e a proposta de uma análise baseada na palavra, esclarece por que a essência do método psicanalítico consiste em dar palavra ao afeto, demonstra a teoria da linguagem de Freud e o mecanismo responsável pela produção de símbolos nas neuroses de defesa.Natureza Humana Revista de Filosofia e Práticas Psicoterápicas PUC - SPEste periódico publica trabalhos especializados sobre questões relacionadas à fundamentação das teorias e das práticas psicoterápicas e, em particular, as psicanalíticas. As obras de Martin Heidegger e Donald W. Winnicott são tomadas como pontos de referência centrais, mas não exclusivos. A escolha de Heidegger e Winnicott não significa qualquer tentativa de estabelecer uma nova ortodoxia ou, menos ainda, uma nova seita. Pretende-se, isso sim, favorecer o surgimento de uma nova tradição de pesquisa que se aplique a resolver problemas ainda abertos, quer filosóficos, quer científicos.Fundamentos da Psicanálise Pensamento, Linguagem, Realidade e Angústia.Organizador: Osmyr Faria Gabbi Jr. Editora Unicamp - Coleção CLE, 1999. Coleção de quatro ensaios que oferecem aos seus leitores uma pequena amostra de uma forma de trabalhar a obra de Freud, desenvolvida num certo período na Universidade de São Paulo e na Universidade Estadual de Campinas, em programas de pós-graduação em filosofia. Os autores são: Osmyr Faria Gabbi Jr., Cláudio E. M. Banzato, Pedro L. R. de Santi, e Alessandra Caneppele.A Teoria do Amadurecimento de D. W. WinnicottAutora: Elsa Oliveira Dias. Editora Imago, 2003. Embora Winnicott tenha sempre insistido no caráter central da teoria do amadurecimento, ele não chegou a fazer dela uma apresentação sistemática ou organizada. O único livro que mais claramente oferece uma apresentação global do processo de amadurecimento é Natureza humana (1988), que permaneceu inacabado. Com exceção deste, concebido para ser uma obra, os livros de Winnicott são coletâneas de artigos avulsos, escritos originalmente como conferências para diferentes platéias. Tudo isso tornou difícil a apreensão da unidade de seu pensamento. O objetivo desse livro é apresentar, de maneira unitária e organizada, os principais elementos conceituais da teoria do amadurecimento, explicitando seus pressupostos e descrevendo os estágios do processo, com suas respectivas tarefas e conquistas.

COMENTÁRIO: Filme A Vida de David Gale

O Filme A Vida de David Galé (The Life Of David Galé), nos trás a trajetória do professor e advogado que sendo um ativista é contra a pena de morte de um sistema que condena inocentes, no entanto, ele mesmo é condenado a punição por ser acusado injustamente de estuprar e matar uma ex-aluna. Todo o caso é foco de atenção para uma jornalista a qual decide espontaneamente investigar o passado de Galé e questionar o sistema judicial que o condenou. Á medida que ela vai aprofundando na investigação, descobre que ele é inocente, mesmo depois de anunciarem a sua morte.
Toda essa temática nos leva a refletir a questão filosófica a respeito do desejo tema este que o professor Daniel abordou em sua palestra da Filosofia e Psicanálise. Em sua análise o professor Daniel nos mostra que a Psicanálise deve-se compreende-la como uma experiência ética, tendo como ponto de fundamentação o problema do sujeito com o desejo. No filme A Vida de David Galé temos a determinação de uma moça em provar o quanto o sistema judicial é falho e por isso mesmo condena inocentes á pena de morte, sua busca obssessiva de argumentos e provas para libertar um homem inocente, transforma-se em seu desejo de satisfação, neurose e emprega todo o sacrifício, tempo,e a própria vida para alcança-lo.É importante ressaltar a contribuição de Lacan e Freud quando eles apresentam e explicam a similaridade das manifestações do desejo, entre eles destacamos: quando o sujeito age em função da norma quer adquirir o bem-comum, é justamente o objetivo da moça na busca da inocência daquele homem, salva guardar o bem-comum não só dele, mas de tantos que foram condenados á morte e demonstrar a deficiência de um poder judicial.
Hoje percebemos o quanto esta realidade é bastante presente nas pessoas, o quanto se empregam, se sacrificam, passam por tormentos, sofrimentos, penúrias para não desvencilhar de seu desejo, sendo ele de qual ordem for.
Para não irmos muito adiante cito apenas os casos amorosos entre homens e mulheres presentes nos folhetins, filmes e novelas, em todos eles percebemos uma constante busca do desejo que muitas das vezes leva aos mais inconsequentes desvarios que um ser humano pode fazer para não perder seu fim último á própria busca do desejo, manifestado no amor hetero ou homo por uma pessoa. Portanto a busca e identificação do sujeito com o desejo, ele não têm proporção e limites até onde o ser humano pode chegar, mesmo que seja para o bem ou para o mal, para o prazer ou para a dor.

Comentário: Projeto da mestranda Sônia

O Presente trabalho da aluna e mestranda Sônia tem como objetivo fazer uma análise a respeito da Lei Moral e as Virtudes dentro de uma óptica kantiana e nesse sentido a autora procura fazer a distinção de Virtude nos estóicos e no próprio Kant. É importante ressaltar as inúmeras definições sobre virtude e verificar aquelas ou aquela que mais se aproxima do conceito que o Filósofo alemão apresenta. Vejamos: Virtude - faculdade liberada de resistir; força das máximas no ser humano no cumprimento de seu dever consigo e com os outros; ação ética; força moral da vontade que não se esgota em si mesmo; ações livres em conformidade com a lei, habilidade; dever moral para com os outros.
Diante dessas inúmeras definições podemos ter agora um claro posicionamento a respeito do pensamento de Kant na pesquisa da aluna Sônia. Ao abordar a lei moral e as virtudes, vemos que em Kant o seu pensamento se organiza de forma sistemática, ele um formalista em seus fundamentos, por isso que o filósofo alemão postula categoricamente que a virtude por si só não tem uma garantia, uma segurança, pois, somente a ação moral irá validar a virtude. O que Kant afirma com autoridade é que a lei moral constitui um determinativo da razão, ou seja, o imperativo da própria razão parte de você mesmo, aqui iremos observar que o homem como cidadão do mundo a sua ação é direcionada em relação com este mundo.
Dentro desta abordagem kantiana temos, segundo Sônia, uma clara distinção a respeito da virtude: para os Estóicos a virtude tem como objetivo um fim em si mesmo. Para Kant o móvel da ação não deve visar o fim em si mesmo, nesse sentido a noção de homem é que determina a ação humana, noção de dever em Kant: o dever constitui a liberdade da pessoa para fazer o que deve e sua liberdade é um ato de coragem. Para ilustrar o seu trabalho Sônia tem como suporte a obra do filósofo alemão A Metafísica dos Costumes, nesta ela procura apresentar a distinção entre a doutrina do direito e doutrina da virtude que compõe A Metafísica dos Costumes, na doutrina da virtude há os deveres consigo e os deveres com os outros, ou seja, o respeito á própria vida e os deveres consigo próprio.

Comentário:Filosofia e Psicanálise.´Professor Daniel

O presente artigo do Professor Omar Perez nos apresenta em linhas gerais a Psicanálise como experiência ética, o fundamento de sua reflexão está pautada na análise: relação com o próprio desejo e com os outros.
Esta análise faz da Psicanálise constituir o centro da reflexão da cultura, onde o tratamento clínico é visto em várias perspectivas, é importante ressaltar que não se trata apenas de instinto, para compreender a Psicanálise é fundamental partir do saber ôntico, do ente, aqui a experiência do sujeito com o seu próprio desejo, foi por muito tempo um tema trabalhado por Freud e Lacan que explicaram a similaridade das manifestações do desejo: quando o sujeito age em função da lei adquiri uma virtude, quando o sujeito age em função da norma tenta atingir ao bem-comum.
O que o Professor Omar quer demonstrar nesta teoria é: a Psicanálise não é uma teoria explicativa, não é uma ciência, nem psicologia. A Psicanálise como experiência ética seu ponto fundamental têm como postulado o problema do sujeito com objeto, portanto, não é pautado em normas, leis ou regras.E essa relação do sujeito com o objeto nos traz o processo da Rememorização, ou seja, quando o sujeito sente que perdeu determinado objeto, mas não sabe o que é precisamente, esse algo, objeto perdido é a Coisa.
Temos então aquele processo da sensação de perda, aquilo que foi perdido, na Psicanálise esse fenômeno é chamado de Imago: separação. No Imago realiza a ruptura, que pode ser da mãe e o filho, nascimento e morte, dor e alegria e tantas outras manifestações que podemos concretiza-las.
Tendo por base essa separação -Imago- coisa e sujeito, o que gera no próprio sujeito é essa sensação de insatisfação caracterizada como histeria, transformação de conflitos psicológicos em sintomas orgânicos, ou no outro pólo pode gerar uma procura obsessiva pela satisfação caracterizando assim uma neurose, perturbação mental que não compromete as funções essenciais da personalidade e em que o indivíduo mantém penosa consciência de seu estado.

Comentário dos filmes A Paixão de Cristo e A Última Tentação de Cristo

A Paixão de Cristo do ator e diretor Mel Gibson, nos apresenta a trajetória da vida de Jesus em seus últimos momentos vividos á partir da agonia no Horto das Oliveiras até culminar na sua Ressurreição. Em A Última Tentação de Cristo do diretor Scoserse, temos uma outra trajetória onde é focalizada a vida de Jesus para uma perspectiva mais humana. O que podemos encontrar de comum nesses dois filmes, são duas abordagens significativas, primeiro uma abordagem humana e depois uma abordagem filosófica.
Na abordagem humana temos um Jesus humano, tem sede, fome, dor, compaixão - centrado numa realidade histórica: Palestina, Império Romano, - inserido no contexto familiar: filho de carpinteiro, José e de uma dona de casa chamada Maria,- inserido numa realidade Política e Moral: Grupos político-religiosos, Lei judaica. É nesse panorama que a pessoa de Jesus se constitui e nos dois filmes podemos perceber isso, porém a questão filosófica a qual queremos abordar nesse momento e que difere simultaneamente vai partir do pressuposto da vontade livre, ou seja, na Paixão de Cristo temos um Jesus que frente ao pleno exercício de sua liberdade adere em cumprir a Vontade do Pai, já na Última Tentação encontramos esse mesmo Jesus que diante também de sua liberdade faz a opção de não querer cumprir a Vontade do Pai e por isso mesmo faz sua experiência de ser plenamente humano sem exceção: casar, ter uma mulher, constituir uma família.
Aqui o que para muitos na época do lançamento do filme A Última Tentação de Cristo causou polêmica, foi o que o diretor Scoserse tentou: passar a mensagem de como seria se esse Jesus que diante de sua livre escolha e vontade de repente não cumprisse mais a Vontade do Pai e as conseqüências dessa opção. O tema da liberdade e vontade sempre foram palco de debates entre os filósofos, e Kant que sempre trabalhou este tema nos seus escritos e obras, postulará seu imperativo categórico, a Lei moral, sustentada pela vontade livre. Quando você diante do pleno exercício de sua liberdade faz sua opção frente a qualquer campo ou dimensão da vida humana conseqüentemente responderá as conseqüências que virão dessa opção, assim foi o que Jesus fez nos dois filmes, vistos por ângulos diferentes e para alguns bastante complexo e desafiador. Portanto eis a grande temática em ambos os filmes você ter consciência do pleno exercício de sua liberdade.


Comentário do Projeto do Aluno Jorge

O Presente projeto de pesquisa em que o aluno Jorge Vanderlei, aluno do terceiro ano de Filosofia está realizando, tem como objetivo mostrar a relação entre Antropologia, Religião e História. Segundo Jorge seu intento é demonstrar que a antropologia pragmática kantiana ela é uma antropologia moral. Para sustentar seu pensamento Jorge apresenta como suporte duas obras de Kant Die Religion, A Religião datado do ano de 1793, nesta obra, Jorge quer desenvolver duas questões: Como é possível o compromisso do gênero humano consigo? E Como é possível o homem se tornar cidadão do mundo? Segundo Kant o objetivo nesta obra é estudar a relação da natureza humana com a religião. A segunda obra é datado do ano de 1798 Antropologie e tem como finalidade conhecer tanto o interior como o exterior do ser humano e conhecer o interior do homem pelo seu exterior.
Na Die Religion, temos o conceito elaborado por Kant da natureza humana como princípio subjetivo do livre-arbítrio, em dos autores que Jorge está trabalhando Loparic, para este a natureza humana é um conceito heurístico e somente pode ser compreeendidos como o conjunto de condições subjetivas favoráveis ou não para a execução das regras tanto teóricas como práticas. Em suma a teoria heurística permite criar relações entre fenômenos e caracterizá-los, por isso é necessário postular um conceito finalístico dando unidade ao conjunto de fenômenos.
Na Antropologie, partindo das questões levantadas anteriormente por Jorge Kant conceituará natureza humana por meio da sensibilidade do ser humano, demonstrando que a sua vontade é determinada em relação a um objeto, este que pode existir ou não.
Em Suma, Jorge que ressaltar que o conceito de natureza humana para Kant é um conceito heurístico que possibilite articular as noções de desejo, imaginação, propenção, ânimo, faculdade e outras. E aqui se pode alinhar, segundo Jorge, as respectivas obras para um objetivo comum, estudar a relação do conceito de natureza humana com a disposição do homem ao cumprimento da lei moral, perpassando pela Antropologia, Religião e História Mais uma vez Jorge quer reforçar a validação de sua preposição de que a antropologia pragmática é uma antropologia moral, demonstrando que o homem pode fazer da sua natureza, articular a sensibilidade do ser racional e o cumprimento da lei moral.

quinta-feira, 10 de abril de 2008

From: agostinhodearrudaJoined: 2 weeks agoVideos: 2
Please login to subscribe.