sexta-feira, 18 de abril de 2008

Comentário dos filmes A Paixão de Cristo e A Última Tentação de Cristo

A Paixão de Cristo do ator e diretor Mel Gibson, nos apresenta a trajetória da vida de Jesus em seus últimos momentos vividos á partir da agonia no Horto das Oliveiras até culminar na sua Ressurreição. Em A Última Tentação de Cristo do diretor Scoserse, temos uma outra trajetória onde é focalizada a vida de Jesus para uma perspectiva mais humana. O que podemos encontrar de comum nesses dois filmes, são duas abordagens significativas, primeiro uma abordagem humana e depois uma abordagem filosófica.
Na abordagem humana temos um Jesus humano, tem sede, fome, dor, compaixão - centrado numa realidade histórica: Palestina, Império Romano, - inserido no contexto familiar: filho de carpinteiro, José e de uma dona de casa chamada Maria,- inserido numa realidade Política e Moral: Grupos político-religiosos, Lei judaica. É nesse panorama que a pessoa de Jesus se constitui e nos dois filmes podemos perceber isso, porém a questão filosófica a qual queremos abordar nesse momento e que difere simultaneamente vai partir do pressuposto da vontade livre, ou seja, na Paixão de Cristo temos um Jesus que frente ao pleno exercício de sua liberdade adere em cumprir a Vontade do Pai, já na Última Tentação encontramos esse mesmo Jesus que diante também de sua liberdade faz a opção de não querer cumprir a Vontade do Pai e por isso mesmo faz sua experiência de ser plenamente humano sem exceção: casar, ter uma mulher, constituir uma família.
Aqui o que para muitos na época do lançamento do filme A Última Tentação de Cristo causou polêmica, foi o que o diretor Scoserse tentou: passar a mensagem de como seria se esse Jesus que diante de sua livre escolha e vontade de repente não cumprisse mais a Vontade do Pai e as conseqüências dessa opção. O tema da liberdade e vontade sempre foram palco de debates entre os filósofos, e Kant que sempre trabalhou este tema nos seus escritos e obras, postulará seu imperativo categórico, a Lei moral, sustentada pela vontade livre. Quando você diante do pleno exercício de sua liberdade faz sua opção frente a qualquer campo ou dimensão da vida humana conseqüentemente responderá as conseqüências que virão dessa opção, assim foi o que Jesus fez nos dois filmes, vistos por ângulos diferentes e para alguns bastante complexo e desafiador. Portanto eis a grande temática em ambos os filmes você ter consciência do pleno exercício de sua liberdade.


Um comentário:

Tânia Paschoal disse...

Você contextualizou o tema dos filmes que trabalhou com o contexto atual, em especial com o contexto familiar, é uma analogia que você tem costume de fazer nos teus textos que é muito eficiente para o entendimento deles....