

O Filme "Tróia", desde do seu lançamento têm sido comentado pelos críticos de cinema como um dos mais belos épicos dos últimos tempos, tanto pela sua história - confronto de gregos e troianos - como pela performance de seus atores e diretores, mas o importante aqui em nosso comentário é analisarmos filosoficamente seu conteúdo e sua história. No Filme "Tróia" percebemos a peculiaridade a qual se aborda a respeito do confronto entre gregos e troianos, e a trajetória de seu personagem central Aquiles. Em sua história-épica, vemos apresentar a realidade na sua mais estreita inteireza de forma mítica: deuses e homens, céu e terra, guerra e paz, bem e mal, alegria e dor, vida e morte, vitória e derrota, temos aqui nesta dualidade a totalidade dos valores que regem a vida do homem, para isso, pensemos por exemplo no escudo de Aquiles, que no sentido emblemático representava "todas as coisas". Assim W. Jaeger escreve " A realidade apresentada em sua totalidade, o pensamento filosófico a retrata em forma racional e já a épica a retrata na sua forma mítica." A Guerra entre Gregos e Troianos representa a supremacia de uma Nação sobre a outra motivada, inicialmente pela paixão inconsequente de um homem, Paris, irmão de Heitor, príncipe de Tróia, que sem escrúpulos desposa a mulher de Menelau, Helena. Aquiles, tido como o maior guerreiro de seu povo, demonstra em sua performance, a força da guerra de combater e tomar Tróia, a qual se considerava invencível, mas que se deixou enganar pelo clássico "presente de grego". Em Aquiles, temos a figura e o retrato do homem que não teme a morte e nem o castigo dos deuses, poís, mostra-se dono de seu próprio destino e de suas vontades: mata homens e oráculos que se metem em seu caminho, profana templos e rouba tesouros-ofertas dos homens aos deuses - ; enfrenta e mata seu maior inimigo, Heitor, que no enfrentamento em uma batalha elimina o primo de Aquiles pensando que fosse o próprio, desposa com sacerdotizas, Briseis, sacerdotiza de Apolo, seu grande amor. Destacamos aqui um dos temas clássico da filosofia grega que irá transcorrer ao longo de toda a sua história, a posição do homem como "centro do universo". A Guerra entre Gregos e Troianos, por mais que fosse motivada por uma paixão volúpia de um homem por uma mulher, o que a sustenta na veracidade dos fatos é a ostentação, a ambição e a força ligada á centralidade do poder político-militar de uma Nação. Para os Troianos três motivos fortes eram suficientes para uma guerra: defender o país, honrar os deuses e amar as esposas. Heitor, príncipe de Tróia, era consciente dessa realidade, tanto que ao enfrentar Aquiles e sabendo que iria morrer, deixa seu irmão como seu sucessor, um dado importante é a clemência do pai de Heitor ao pedir a Aquiles que enterre seu filho com honras de méritos, é bastante significativo para o povo troiano em honrar seus guerreiros nobres e valentes, aqueles que tombaram sua vida pela defesa de seu povo e de sua Nação. A Saga épica-histórica é rica nesses detalhes, quando percebemos as razões das coisas e nos faz mergulhar aos temas que a Filosofia irá trabalhar e desenvolver no percurso de sua história: a busca da "causa", do "princípio", do "porquê" último das coisas. A Guerra entre Gregos e Troianos e a sua personagem central, Aquiles, nos permite analisarmos filosoficamente o sentido existencial do homem e a sua busca incessante do poder, da conquista e do prazer.
2 comentários:
você gosta de falar em poder heim...
GENIAL
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