sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Roteiro do filme de 7 á 15 minutos: O que é a Filosofia na PUC

Roteiro Para o filme de Filosofia de 7 á 15 minutos .

Proposta do filme:

Dentro da proposta do professor Daniel em desenvolver um filme sobre a filosofia na Puc., nosso grupo resolveu, desenvolver um filme apresentando como é a filosofia nos diversos cursos de graduação da PUC
Este filme será constituído de entrevistas com diversos alunos de divers as áreas, com os profissionais de Filosofia.

Estrutura.

1º Abertura do filme, apresentando o tema (na abertura constituirá de fleshs das entrevistas mostrando um pouco do que será o filme}
2º O inicio do filme em si, onde apresentaremos a tese norteadora do filme, que conta a historia de uma aluna de filosofia que inquieta com os comentários feitos sobre o seu curso, resolve procurar entender o porquê desta rejeição. Inicia sua longa jornada a procura da resposta sobre a rejeição do curso de filosofia nas diversas disciplinas desta tão grande Universidade.
3º após a decisão de investigar este assunto, vai de inicio comprovar o que as pessoas pensam sobre a filosofia investigando as opiniões de vários alunos de outros cursos na Puc.
Após comprovar o que as pessoas pensam sobre o assunto, a mesma vai confirmar o qual é a proposta da disciplina de filosofia com o coordenador do curso.
No desenvolver da fala do coordenador a estudante se relembra das entrevistas, e no final pensa e tira suas conclusões a respeito da Filosofia na PUC.
Para aqueles que possuem curiosidade em entender o significado da filosofia na graduação e se ela funciona ou não. Assista a nosso filme.. Previsão pra conclusão do filme dia 01 de novembro

Equipe técnica:

Câmera men :Dioni Mangela e Wanderlita Pott
Roteirista: Dione, Jone Dário, Gilberto, Rosana P;Wanderlita Pott.
Sonoplastia: Rosana e Wanderlita.
Edição: Rosana e Wanderlita.
Atores: Dione, Jone Dário, Gilberto, Rosana P;Wanderlita Pott
Participação especial: Professor:: Ericson Falabetti e Professo Reginaldo
Alunos de graduação da PUC PR em:
Engenharia Ambiental
Engenharia Florestal
Engenharia de computadores
Medicina
Fisioterapia
Nutrição
Educação Física
Filosofia.
(Filme e roteirista elaborado por amadores)

Análise do Livro Didático


Análise dos Livros Didáticos

O Livro “ Filosofia” da Filósofa e Professora Marilena Chauí, destinado ao Ensino Médio e Fundamental, foi submetido ao exame de análise sob os seguintes pontos:

1) Conteúdo
2) Apresentação externa
3) Didática
4) Qualidade Visual

1) Conteúdo

No que se refere ao seu conteúdo o livro “Filosofia” está bem estruturado em seu corpo na divisão de Unidades e Capítulos. Para o Ensino Médio e Fundamental o seu desenvolvimento que a autora apresenta a respeito da História da Filosofia obedece a um critério bem específico, quando a mesma faz uma trajetória de toda a História da Filosofia desde o seu conceito primário de saber “O que é Filosofia”, até percorrer pelas principais correntes filosóficas apresentando respectivamente os Filósofos que maracaram cada corrente específica, com sua teoria e obras.

2) Apresentação Externa

O Livro em sua Apresentação Externa nos chama atenção pela sua estrutura organizacional, contém o Título, a Capa, Folha de rosto, nome da autora, editora, ano de sua edição e a Cidade. Quanto as cores, são bem diversificadas e variadas, chamando assim a atenção do aluno. A autora apresenta, para uma melhor metodologia conceitual, o Sumário o qual é dividido em Unidades e Capítulos, os Temas de cada Unidade obedecem a uma ordem cronológica facilitando com que o Professor adentre aos alunos o assunto de cada aula que for aplicada, quanto a metodologia que o Professor irá utilizar caberá ao mesmo encontrar esse caminho de acordo com os critérios que cada Estabelecimento de Ensino proporciona.

3) Didática

Ao que diz respeito a Didática que o Livro oferece, podemos encontrar uma Linguagem adequada ao público, ou seja, aos alunos do Ensino Médio e Fundamental, favorecendo uma compreensão da leitura por parte desses alunos, em outras palavras, o aluno não terá dificuldade em fazer uma leitura vertical do conteúdo, poís, a autora utiliza de exemplos corriqueiros ao explicar determinado termo filosófico, ela partir do simples para chegar ao complexo na reflexão filosófica.
O Desenvolvimento dos conceitos se dá pelo metódo expositivo e a elaboração das questões, elas são apresentadas no final de cada Unidade de acordo com os Capítulos que continham na quela Unidade. No entanto, essa metodologia provoca um grande acúmulo de conhecimentos e conceitos, para facilitar melhor a compreensão do aluno, a aplicabilidade dessas questões poderiam ser mais acessíveis se forem apresentadas no final de cada Capítulo, assim o aluno não encontraria dificuldade em respondê-las.

4) Qualidade Visual

O Livro por ser destinado ao Ensino Médio e Fundamental, apresenta uma carência em sua Qualidade Visual, pois, o mesmo apresenta uma enorme bagagem de conceitos, muitos conceitos e poucas Ilustrações.
A Ilustração é um dos recursos que podem auxiliar na compreeensão de um conceito quando o mesmo não é bem claro na sua explicação e argumentação, constitui uma da ferramentas, principalmente voltado ao público jovem, como é o caso doa alunos do Ensino Médio e Fundamental.



Adotaria ou não e por quê?

Adotaria sim, o Livro “ Filosofia” de Marilena Chauí para os respectivos alunos do Ensino Médio e Fundamental.
No entanto, não ficaria preso somente a aula expositiva, trabalharia com os alunos metodologias que pudessem viabilizar uma maior participação, usando como recursos, caso o Estabelecimento de Ensino me fornecesse materiais visuais como slides, filmes, documentários, ilustrações, canções e outros meios. Cada vez mais o desafio de ensinar Filosofia, constitui para nós eternos aprendizes, uma dialética processual que envolve Teoria, Vida e Experiência.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Instituições e Pesquisadores


Instituições e Pesquisadores


As Instituições as quais foram pesquisadas pudemos constatar que a maioria viabilizam seus projetos no terreno das pesquisas científicas e tecnológicas, tendo como protagonistas os Pesquisadores, sejam eles, alunos, professores, mestres ou doutores. Todos envolvidos a um único objetivo: divulgar seus trabalhos científicos, dentro do rigor metodológico exigido por cada Instituição, tenha credibilidade frente a essas Instituições e possam servir de estímulo para tantos estudantes e leitores que iniciam seus primeiros passos nessa itinerante jornada chamada produção do Conhecimento.
Sabemos, no entanto, e não podemos negar da força de vontade, das resistências, das dificuldades, principalmente financeira, e das provações que muitos desses pesquisadores passam ao longo dessa caminhada ao tentar divulgar com coragem e determinação o fruto de seu trabalho científico, que, entre idas e vindas, foi resultado de meses, semestres e anos de muitas leituras, fichamentos, reflexões, a fim de chegar á construção não acabada e nem fechada de sua tese argumentativa, que todo curso exige frente á Formação daquele Pesquisador.
Os campos de pesquisa pelos quais as Instituições oferece, como foi constatado, são largamente variados e disponibilizados, porém, exige do pesquisador a atenção quanto aos cânones que cada Instituição possui e o seu respectivo objetivo ao financiar determinado Projeto, é preciso ter uma clara evidência e objetividade quanto à qualidade do projeto que pretendo divulgar, a parte financeira que a Instituição viabiliza, pois, imersos no mundo do capitalismo nada é financiado de graça sem um determinado fim e o resultado que terei ao empreender minha pesquisa científica para o futuro, e o público que pretendo atingir.
É importante ressaltar que todas essas prerrogativas não estão imunes das críticas que certamente virão: da própria Instituição que financia o projeto, dos outros pesquisadores que analisarão o projeto, dos companheiros de pesquisa, das universidades e de tantas pessoas que terão em mãos o projeto, tudo isso para alcançar os objetivos almejados.
Temos, portanto, a credibilidade que essas Instituições possuem devido os longos anos de experiência, vemos dentre elas, que nenhuma na sua análise histórica, têm menos do que dez anos de existência fundacional e o investimento que elas depositam aos nossos guerreiros pesquisadores, independente da área de atuação, pois, no processo da construção do Conhecimento, o homem, segundo Nietzsche, é um animal ainda não consolidado, porque seu crescimento não se dá apenas por um esforço da natureza, mas pressupõe a ação do homem sobre si mesmo: “... Também entre os homens os casos bem-sucedidos constituem exceção,e, dado que o homem é o animal ainda não determinado, são mesmo uma exceção rara.” [1]
[1] B.M. 62

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Construção da Genealogia da Moral em Nietzsche

CONSTRUÇÃO DA GENEALOGIA DA MORAL EM NIETZSCHE

A abordagem e a construção da Genealogia da Moral datado do ano de 1887, a obra mais importante de Nietzsche no campo da moral, é fruto de todo um processo histórico reflexivo que o Filósofo vinha elaborando. Seus escritos anteriores á Genealogia, como Assim Falou Zaratustra do ano de 1885, e Além do Bem e do Mal de 1886, constituem pilares integrantes do ousado projeto fundado pelo postulado da “Transvaloração de todos os valores”. Esse postulado deixa transparecer que o problema de toda a tradição filosófica é um problema de valor e nesse sentido a Genealogia da Moral se apresenta como um fecho e complemento dos elementos constituintes da moral.
A Genealogia da Moral é um compêndio de conceitos que Nietzsche, com genialidade, discorre no terreno da moral, poís, ele aborda nas suas três dissertações temas de grande relevância, como a dor, a culpa, o ressentimento e o ideal ascético. É neste constante exercício que o Filósofo nos conduz a uma análise reflexiva a respeito do valor dos valores que adentram o homem.
Nietzsche como Filólogo, constitui uma importante ferramenta em nossa reflexão, para a construção dos conceitos e termos na Genealogia, por isso no sentido estrito da palavra, o termo genealogia nos remete ao estudo da gênese das coisas, ou seja, procura uma busca da investigação das origens remetendo ao passado, perpassando as gerações, assim por exemplo, pode-se fazer a genealogia, usando como elementos indissociáveis os dados investigativos, de uma famíla, de um grupo étnico, de uma determinada cultura, de um povo, de uma religião e etc.
É nesta análise reflexiva que a Filosofia de Nietzsche nos propõe uma genealogia da moral e ele, devido a sua forma original, é o precurssor na utilização deste termo no campo filosófico e com base na definição que ressaltamos anteriormente, encontramos aqui, segundo Nietzsche, uma investigação sobre as origens dos valores morais e essa investigação é possível tecer um olhar crítico sobre esses valores que foram gerados do chão em que brotaram, a moral cristã ocidental, e o próprio Nietzsche, reforça essa investigação quando o Filósofo afirma: “Necessitamos de uma crítica dos valores, o próprio valor desses valores deverá ser colocado em questão, para isso é necessário um conhecimento das condições nas quais nasceram, sob as quais se desenvolveram e se modificaram” [1]. Nietzsche construiu a Genealogia da Moral em três grandes dissertações, pautando em cada uma temas bastantes relevantes e polêmicos no que tange a expressão da linguagem poética e desconcertante.
Na primeira dissertação Nietzsche trabalhará os conceitos de “bom e mau”, nestes ele aborda alguns aspectos a respeito da história da emergência das formas da valoração, por isso seu objetivo é desestabilizar a moral, no sentido mais estrito, consiste na psicologia da Cristianismo, assim o Filósofo alemão escreve em Ecce Homo: “... A verdade da primeira dissertação é a psicologia do Cristianismo á partir do ressentimento...” [2]. Nietzsche desenvolverá sua crítica mais ferrenha, conforme seu estilo de filosofar com o “martelo”, ao Cristianismo, poís, dele é que se originam, segundo o Filósofo, toda e qualquer forma de negação a vida, pautada em duas grandes morais: a moral tipo nobre e a moral tipo escrava.
Assim Nietzsche descreve essas duas morais: Na moral tipo nobre temos a atitude de afirmação a si mesmo, o tipo mais elevado de homem, é no seio dessa moral tipo nobre que se constituirá a formação da moral de rebanho, tema pelo qual, Nietzsche desenvolverá nas demais obras. Na moral tipo escrava, o Filósofo trabalha a constituição do tipo homem do ressentimento, este ao contrário daquele, faz a negação a si mesmo, o tipo manso e medíocre e quanto mais medíocre ele for, “melhor” será para ele viver subordinado a uma moral vigente e preponderante, a moral nobre.
Na segunda dissertação, Nietzsche trabalhará os cocnceitos de “culpa” e “má consciência”. Assim descreve o Filósofo: “...Mas como veio ao mundo aquela outra ‘coisa sombria’, a consciência da culpa, a má consciência”? [3]. A relação estabelecida por Nietzsche ao tratar da ‘culpa’ que o homem assume perante a si mesmo diante da desobediência frente a Divindade, remonta a idéia de dívida, encontra sua raíz na relação contratual entre credor e devedor: “...Já revelei – na relação contratual entre credor e devedor, que é tal velha quanto a existência de pessoas jurídicas,e que por sua vez remete ás formas básicas de compra, venda, comércio, troca e tráfico...” [4].E essa relação ganhou forma e corpo quando ela foi posta no alicerce da moral cristã, ou seja, segundo Nietzsche, o homem por sua desobediência aos preceitos divinos, tem como paga, a punição e o castigo.
Por último, na terceira dissertação Nietzsche questionará a respeito do ideal ascético e qual o seu valor para o homem: “ ...O que significam ideais ascéticos? – Para os artistas nada, ou coisas demais; para os filósofos e eruditos, algo como instinto e faro para as condições propícias a uma elevada esperitualidade...” [5].
Vemos, portanto, que a descomunal obra, Genealogia da Moral, na qual Nietzsche trabalha com afinco e desdobra as origens de toda e qualquer moral, o Filósofo define nas três dissertações o tipo de niilismo e decadência que se encontram nas três figuras principais de sua obra: o ressentimento, a má consciência e o ideal ascético.
“...No dia, porém, em que com todo o coração dissermos: ‘avante! Também a nossa velha moral é coisa de comédia!’ – teremos descoberto novas intrigas e possibilidades para o drama dionisíaco do ‘Destino da Alma’; e ele saberá utilizá-las, disso podemos ter certeza, ele, o grande, velho, eterno poeta-comediógrafo da nossa existência.” [6] Friedrich Nietzsche - 1887

[1] Prólogo. G. M. I
[2] A.C. 24
[3] G.M. O4, II.
[4] G.M.O4, II.
[5] G.M. 01, III.
[6] Prólogo 07, G.M.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

TEMA:ÉTICA (elaboração para o cadernode atividades)

Desenvolvimento do tema Ética: Resultado da elaboração para o caderno de atividades
Jone Dário Rodrigues da Cunha [1]
Tema: ÉTICA

Em todo o processo da construção humana, nunca um tema foi tão relevante e atual quanto a Ética, ela perpassa por todos os setores da Sociedade, na Família, na Política, na Religião, na Ciência, na História, na Teologia, na Antropologia, na Sociologia, nas Relações Humanas e na Filosofia. Quantos Debates, Fóruns, Simpósios e Congressos tiveram como centro de suas discussões a Ética nas mais variadas dimensões, vez por outra, a Ética precisa ser resgatada para que as pessoas não percam o sentido de suas ações, avaliando se determinada atitude foi uma atitude ética.
No mundo da Filosofia inúmeros Filósofos e Pensadores dedicaram toda sua vida investigando, analisando, argumentando e questionando a respeito da Ética. Porém, antes de analisarmos o que alguns Filósofos pensaram postularam sobre a Ética é importante vermos a sua definição juntamente com a Moral, pois, há sempre uma aproximação e distinção entre esses dois conceitos.
Moral tem em primeiro lugar, os dois significados correspondentes aos do substantivo moral, primeiro atinente á doutrina ética, segundo atinente á conduta, suscetível de avaliação moral. Outro conceito de Moral podemos defini-lo como um conjunto de regras de conduta consideradas, quer de modo absoluto para qualquer tempo ou lugar, quer para grupo ou pessoa determinada.
A Ética temos como definição o estudo dos juízos de apreciação que se referem á conduta humana. Em geral, ciência da conduta, no entanto, podemos ter duas concepções fundamentais a respeito dessa ciência, a primeira que considera ciência do fim para o qual a conduta dos homens deve ser orientada e dos meios para atingir tal fim, deduzindo tanto o fim quanto os meios da natureza do homem. A segunda concepção a que considera como ciência do móvel da conduta humana e procura determinar tal móvel com vistas a dirigir ou disciplinar essa conduta, nessas duas concepções as quais se misturaram de várias maneiras na Antiguidade e no mundo moderno, são profundamente diferentes e falam duas línguas diversas. A primeira fala a língua do ideal para o qual o homem se dirige por sua natureza e por conseguinte da essência ou substância do homem. A segunda diz respeito dos motivos ou causas da conduta humana, ou as forças que a determinam, pretendendo ater-se ao conhecimento dos fatos.
Após abordarmos essas definições nos deteremos agora sobre o que alguns Filósofos analisaram a respeito da Ética. Comecemos por Platão. As doutrinas éticas elaboradas por Platão se encontram expressa em A República e a que está expressa em Filebo, pertencem á primeira das concepções que abordamos anteriormente. A Ética exposta na República é uma Ética das virtudes, e as virtudes são funções da alma determinadas pela natureza da alma pela divisão das suas partes. A Ética de Filebo começa definindo o bem como forma de vida que mistura inteligência e prazer sabendo determinar a medida dessa mistura.
Em Aristóteles temos como postulado da Ética o propósito da conduta humana, a felicidade, á partir da natureza racional do homem e logo em seguida ele determina as virtudes que são condição da felicidade.
Podemos encontrar também a Ética dos estóicos, com a sua máxima fundamental de viver segundo a razão, deduz as normas de conduta da natureza racional e perfeita da realidade. Quando vemos alguns desses filósofos e correntes filosóficas analisarem a respeito da Ética imaginamos que seus conceitos e análises já nos deram uma definição completa, fechada.
No entanto, a Filosofia Moderna, apresenta para nós um Filósofo que soube como ninguém analisar sistematicamente e categoricamente a Ética em todos os seus estilos, formas, sentidos, concepções e definições no mais alto grau, formalista e sistemático em seus fundamentos e argumentos: nascido numa pequena cidade da Prússia, Konisgsberg, Immanuel Kant (1724 – 1804) postulou a Etica sobre o tribunal da razão, ponto de convergência do pensamento filosófico anterior, a obra de Kant constitui ao mesmo tempo, fonte da qual brota a maior parte das reflexões dos Séculos XIX, XX e adentrando ao Século XXI.
O universo espiritual, submetido por Kant ao crivo da análise crítica, é composta de elementos variados e esses elementos podem ser sintetizados em torno de duas grandes questões, á partir das quais se desdobram inúmeras outras.
A primeira grande questão diz respeito ao conhecimento, suas possibilidades, seus limites e suas esferas de aplicação. A segunda grande questão que sintetiza o universo das idéias ao tempo de Kant e ao nosso tempo também é o problema da ação humana, ou seja, o problema ético.
O que Kant quer tratar de analisar, argumentar é saber não o que o homem conhece ou pode conhecer a respeito do mundo e da realidade última, mas do que deve fazer, de como agir em relação a seus semelhantes, de como proceder para obter a felicidade ou alcançar o bem supremo.
A essas duas grandes questões aliaram-se no espírito de Kant os problemas da apreciação estética e das formas de pensamento da biologia, cujas peculiaridades em relação ao problema do conhecimento e ao problema ético articulou numa visão sistemática das funções e dos produtos da razão humana. Foi sobretudo em três grandes obras: Crítica da Razão Pura (1781) analisa o problema do conhecimento; Crítica da Razão Prática (1788) analisa o problema ético e moral; Crítica da Faculdade do Juízo (1790) estuda a beleza natural e artística e o pensamento biológico; outra obra pautada neste terreno da moral é a Fundamentação da Metafísica dos Costumes (1885), nesta Kant afirma a necessidade de formular uma filosofia moral pura, despida, portanto, de tudo que seja empírico.
Dentro dessa perspectiva, a moral é concebida como independente de todos os impulsos e tendências naturais ou sensíveis, a ação moralmente boa seria a que obedecesse unicamente á lei moral em si mesma e esta seria somente estabelecida pela razão, o que leva a conceber a liberdade como postulado necessário da vida moral. Em suma, para Kant, a vida moral somente é possível na medida em que a razão estabeleça, por si só, aquilo que se deva obedecer no terreno da conduta. Todas essas questões filosóficas compareceram diante de um tribunal, especialmente formado para julgar a razão: a crítica.
A análise do problema ético e moral abordados na sua segunda grande obra kantiana, nos faz refletir a respeito de nossas atitudes e o valor moral que damos a ela: Na Crítica da Razão Prática Kant procura salvar a metafísica, demolida na Crítica da Razão Pura. No campo prático, do agir, o valor, a moralidade, é dada sistematicamente a priori, pois, esta se impõe dum mundo absoluto, necessário, não por parte de Deus, mas por parte do homem, donde a autonomia da moral kantiana.
Entretanto, a ação moral é válida, como abordamos anteriormente, enquanto é imune de elementos sensíveis (instintos, impulsos, paixões), diferentemente do conhecimento científico, que sem elementos sensíveis e materiais, seria vazio e formal. A pureza inteligível da moralidade – razão prática – imune de toda sensibilidade daria á razão prática um primado sobre o conhecimento – razão teorética - onde o elemento inteligível, formal, é necessariamente contaminado pela sensibilidade. Os postulados da razão prática são Deus, Alma e a Liberdade. Tais postulados seriam deduzidos pelo fato de que a moralidade é um valor absoluto, mas desconhecia ao mundo.
Daí a necessidade de um outro mundo, onde a virtude seja justamente recompensada; a necessidade da liberdade da vontade, para que seja possível o juízo moral; a necessidade de Deus, juiz das almas. Este contraste entre virtude e felicidade parece ser explicado por Kant mediante a sua doutrina do mal radical, a quebra do imperativo categórico, no seu grau mais fundamental.
As obras de Kant que tratam dos problemas morais não abordam os costumes e as ações humanas, tais como elas ocorrem de fato. O Filósofo alemão buscou os princípios necessários e universais das ações humanas enquanto produtos da razão pura em sua dimensão prática.
Durante a pesquisa e análise deste tema um tanto quanto desafiador, podemos perceber que em última instância, as pessoas pelas quais entrevistamos foram unânimes no conceito sobre Ética, todas elas afirmaram que se a Ética é aquilo que trago comigo, minhas ações morais, pratico e me faz bem, também faz bem ao próximo, assim pontuaram: ser honesto, não mentir, ser fiel aos compromissos, ter uma conduta íntegra quanto ao meu estado de vida que optei, salvaguardar os valores cristãos, defender a vida, resgatar a dignidade humana em toda a sua dimensão, amar ao próximo desinteressadamente, perdoar sem alimentar remorsos, enfim, procurar nas minhas atitudes, fazer sempre bem ao próximo.
Portanto, desde as pessoas mais simples, como agricultores e donas-de-casa, até aqueles que são formados e têm uma função ética e pastoral na Sociedade, como Padres, Prefeitos, Juízes, enfim, todos, mesmo com outras palavras expressaram a tese fundamental do imperativo categórico de Kant : a virtude por si só não adquiri garantia nenhuma, somente a ação moral irá validar esta virtude.

“Silenciemos a respeito de nós mesmos”
“Age de tal modo para que a norma de seu proceder possa torna-se uma Lei Universal” ( Immanuel Kant)

Referência Bibliográfica

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Aurélio século XXI: o dicionário da língua portuguesa. 3. Ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira,1999, 2128.

ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia, 4º ed. Martins Fontes. São Paulo, 2000.

ABBAGNANO, Nicola. História Da Filosofia, v. VIII. ed. Presença.

KANT. Immanuel. Crítica da razão pura, v. XXV. 1º ed.”Coleção: Os Pensadores”


[1] Graduando de Licenciatura do Curso de Filosofia, da Pontifícia Católica do Paraná.

Metodologia da Pesquisa em Educação: Analítica e Dialética

Análise do Texto Metodologia da Pesquisa em Educação: Analítica e Dialética


Jone Dário Rodrigues da Cunha



1) TEMA: Do que trata

O tema deste trabalho, extraído do artigo do Prof. Dr. Edmilson Paschoal, trata-se da Metodologia da Pesquisa em Educação: Analítica e Dialética.

2) TESE: O que defende

O Prof. Dr. Edmilson, defende em seu artigo a forma do uso dos métodos Analítico e Dialético nas suas mais diversificadas exposições, conteúdos e essencialmente a necessidade que o aluno deverá escolher um deles nas suas pesquisas, também o objetivo que cada método se propõe a abordar, na produção de textos em Educação, mas para se chegar a esta análise o autor apresenta uma definição do conceito de método e a sua pertinência ao longo da História da Filosofia baseada no desenvolvimento do pensamento filosófico dos Pensadores desde a antiguidade até a época contemporânea.

3) NOÇÕES: Conceitos importantes.

Para compreendermos a análise que o Prof. Edmilson aborda é importante ressaltar alguns conceitos pertinentes que contribuem para um maior esclarecimento de sua idéia.
Como primeiro conceito temos o de método. Segundo o autor o termo método esta mais ligado a sua raiz etimológica do grego methodos e do latim methodu, expressando a idéia de caminho, após, esse significado inicial passou a incluir os procedimentos que servem para alcançar certos resultados, no entanto, passou a designar á boa ordem na disposição dos raciocínios que podem ser de forma oral ou escrita. A partir do Século XVII, precisamente o termo método já não caracteriza como um caminho que conduz a uma verdade, ele caracteriza o status da garantia dessa verdade produzida pela ciência.
Método e resultado: tese/ explicitação: Citando o autor Victor Goldsmit, Edmilson nos mostra que não há uma dissociação da tese e de sua explicitação “doutrina e método, não são elementos separados, o método se encontra em ato nos próprios movimentos do pensamento filosófico e sua principal tarefa a do intérprete é restituir a unidade desse pensamento que inventa teses, praticando um método”, ou seja, para toda e qualquer pesquisa é necessário o uso de um método, em se tratando da produção de sistemas filosóficos.

Analítico: modelo metodológico que têm como método fundamental a análise
Dialético: modelo metodológico que têm como método fundamental o diálogo em duas premissas, tese e antítese.
Princípio de não-contradição: algo que pode ser e não ser ao mesmo tempo e sob o mesmo aspecto, ou seja, uma análise não pode ter uma tese falsa e verdadeira ao mesmo tempo.

4) ARGUMENTOS: Produção do raciocínio.

Para sustentar sua idéia inicial, o autor apresenta de forma breve a oposição dos modelos metodológicos, a analítica e dialética, oriundas da Grécia Antiga que foram concebidas com duas formas contrárias de conceber o mundo, na perspectiva Heraclitiana e Parmediana. Para Heráclito o mundo está em constante mudança e nada permanece para sempre, já para Parmênides, admite que neste mundo não deve haver mudanças substanciais. Segundo, Edmilson, teríamos aqui de forma embrionária, os dois princípios metodológicos que se estudam, no de Heráclito o dialético e no de Parmênides o analítico.
Outro ponto de argumentação que o autor levanta é que o termo diálogo é estabelecido por Platão, nos escritos Diálogos. No esclarecimento do termo analítica, o autor nos mostra que esse termo é utilizado pela primeira vez por Aristóteles nos escritos que tratam sobre Lógica- Primeiros Analíticos e Segundos Analíticos e este modelo analítico fundamentado pelo filósofo é aplicado por preposições e estas são frases compostas de sujeito e predicado que podem ser analisadas de acordo com seus quantificadores podendo ser afirmativa ou negativa.
Outra fundamentação importante que o autor nos apresenta é em relação ao princípio de não-contradição, este passa a ser um dos aspectos de grandes disputas entre analíticos e dialéticos, para os analíticos esse princípio é um quesito que serve para descartar um discurso, já para os dialéticos concebem como um princípio ativo e inerente a todas as coisas.
Duas considerações que o autor apresenta para reforçar a discrepância que há entre os analíticos e dialéticos: a primeira volta-se ao esclarecimento que os dialéticos chamam de contradição, equivale ao quadro lógico dos analíticos, a contrários. A segunda consideração é a necessidade que os analíticos possuem de terem um sujeito lógico, já para os dialéticos, a resposta á pergunta pelo sujeito, está voltada ao Absoluto, em alguns casos e em outros está pautada ás estruturas econômicas de produção, porém, nunca a algum indivíduo particular.
Por último, outro ponto de argumentação que o autor apresenta é a dialética concebida por Hegel, este que ao longo da história da filosofia implantará o seu método. Para Hegel, a dialética torna-se um olhar a respeito do passado e um método de explicação, de um desdobramento que se faz na história a um determinado fim, ou seja, Hegel concebe a dialética como sendo a maneira ou forma pela qual se tem o desdobramento do Absoluto – a Idéia- na história.
Concebida dessa forma constrói-se á a partir daí um grande dilema em volto à dialética, contrastando a dialética de Hegel com a de Marx. Edmilson nos aponta uma diferença essencial entre as duas formas de dialéticas desses dois filósofos: Para Hegel são as idéias – o Absoluto- que colocam a realidade, já para Marx é a realidade material, vista como os processos produtivos e os conflitos de classes que produz as idéias, ou seja, segundo Marx não é a idéia – Absoluto - que se constitui na história por meio de contradições, mas são as relações sociais – formas de organização – que vão se modelando conforme os modos de produção.
Assim como vemos as mudanças implicadas na dialética e toda a sua construção, da mesma forma a analítica também passa por essa mudança, entre as mais significativas o autor aponta que ela ocorre no início do Século XX onde é identificada pela expressão Filosofia Analítica, iniciada por Moore e B. Russel, na Inglaterra, com Wittgenstein ela ganha contornos de Filosofia da Linguagem. Independentemente das suas mudanças e variações o que é importante ressaltar é análise presente na Filosofia Analítica, e este constitui o seu caráter essencial.

5) COMENTÁRIOS: Sua opinião

Após essas abordagens em que o Prof. Dr. Edmilson nos apontou com bastante precisão no que diz respeito ao método e respectivamente ao analítico e dialético, como pressupostos para a educação, fundamentados nos filósofos, podemos observar que o exercício da pesquisa e da produção dos textos filosóficos nos aponta para uma visão, não unilateral das coisas e das realidades, mas nos impulsiona a percebemos que qualquer pesquisa, seja qual for sua temática, ou método que seja utilizado, jamais se esgota em si mesmo, mas garante a nós pesquisadores e leitores e a tantos que se dispuser a iniciar sua pesquisa, a ter várias perspectivas de leitura e reflexão, partindo de si mesmo e indo de encontro ao outro nessa constante dinâmica do processo da construção do Conhecimento.



Referência Bibliográfica

Revista Diálogo Educacional – v.2 –n.3 – P.161-169 –Jan. /Jun. 2001


Quatro pontos marcantes da teoria de Jonh Locke sobre o Conhecimento

Os quatro pontos marcantes sobre a concepção de Conhecimento, segundo a teoria de Jonh Locke: análise e importância para a Teoria do Conhecimento


1º O Conhecimento não é inato

Para Locke o Conhecimento vem da experiência, e é reconhecida pelas faculdades naturais (mente). Locke descreve que ao nascermos nossa mente é uma tábua rasa ou uma folha de papel em branco e nesta folha vão sendo gravadas as experiências produzidas pelo meio externo (sensações), essas experiências são apreendidas e reconhecidas pelas faculdades naturais. Portanto, a construção do Conhecimento é apreendido pela experiência. Contrapondo Descartes, este afirmava que o Conhecimento é inato, já está em nossas mentes, como certos princípios e verdades, já impressos na nossa alma. Locke refuta esse argumento de Descartes, pois, se o Conhecimento é inato e estão impressos na alma, então a existência dessas verdades e princípios são conhecidos por todos (universalmente), então essas verdades e princípios não são inatos.
Temos aqui um questionamento, em que momento essas verdades implicam em que devem ser percebidas, entendidas ou usadas pela mente? Em nenhum momento, pois, sendo o homem finito, não chegará a conhecer á todas as verdades impressas na alma, portanto, o Conhecimento de verdades e princípios não são inatos, Locke ressalta e afirma, que a capacidade é inata, mas o Conhecimento é adquirido.
A Obra de Locke tornou-se de grande importância para a Teoria do Conhecimento, pois, ela define e sustenta a corrente filosófica do empirismo, tendo como suporte a experiência fundamental para o Conhecimento e o empirismo foi de grande relevância sendo adotado por outras ciências como, por exemplo, a Lógica, a Linguagem, a Política, a Teologia e etc. Vemos então que o empirismo constitui um método científico e seguro, pois, só podemos conhecê-lo pela experiência.


2º As Idéias

Uma segunda característica sobre o Conhecimento para Locke, podemos abordá-la a respeito da Idéias. As Idéias têm sua origem no meio externo, ou seja, são obtidas das sensações percebidas do meio externo, são captadas pela mente vazia, sendo registradas pela experiência e armazenadas pela memória, que são usadas posteriormente quando necessárias. É a mente que enriquece a linguagem material, dando nome para as impressões que vem do meio externo, assim a mente vai ampliando seus conhecimentos, apreendendo gradualmente, exercitando a faculdade natural a razão torna-se mais visível, pois, é ampliado pelo emprego da idéia de linguagem material. Locke nos aborda dois tipos de idéia e as diferencias: as idéias simples e as idéias complexas.
As idéias simples não podem ser formadas pela mente e nem destruídas, pois, não se podem estabelecer distinções como amarelo, branco, duro, liso e outras características, pois, elas são sugeridas ou fornecidas á mente pela sensação ou reflexão. Já as idéias complexas, estas constituem as associações das idéias simples, como por exemplo, a mesa que tem uma qualidade dura e é de cor branca. As idéias simples são particulares e orientam posteriormente para as idéias complexas. Para Descartes nossa identidade se constituem no ser pensante “cógitus”, Locke refuta o argumento cartesiano e afirma, segundo o empirismo, que as ações, o prazer, o sofrimento, são sensações apreendidas pela consciência e são pertencentes à identidade pessoal. A importância do empirismo de Locke, para a Teoria do Conhecimento, é que ele está aberto a novas reflexões e sua compreensão nos lança e nos orienta para a compreensão científica do mundo acerca das realidades presentes


3º As operações interna e externa – a fonte do Conhecimento

Outra característica marcante que podemos abordar a respeito da obra de Locke, a respeito do Conhecimento, vem do postulado das operações interna e externa. Como vemos a sua tese central é de que tudo o que conhecemos vem da experiência, ele não nega que o homem é consciente de que pensa, no entanto, á medida que ele está pensando vai se ocupando de idéias e estas são apreendidas unicamente pela experiência. Se o Conhecimento vem da experiência, ela é desenvolvida por meio das operações externas, do objeto sensível e interna, o que a mente percebe e reflete e aqui, através dessas operações, encontramos a fonte do Conhecimento e onde derivam todas as idéias, assim o próprio Locke afirma seu pensamento neste argumento: “ Afirmo que estas duas, a saber, as coisas materiais externas, como objeto da sensação, e as operações de nossas próprias mentes, como objeto da reflexão, são, a meu ver, os únicos dados originais dos quais as idéias derivam” [1].
É importante ressaltar que o processo da apreensão das idéias pela experiência, somente será possível se a mente estiver ativada, ativa e atenta, pois, não têm como a sensação ou a reflexão absorver, captar qualquer coisa e levar á mente, se esta não estiver atenta (atenção), se não for ativada e não estiver ativa para operacionar esse processo do Conhecimento. Podemos perceber que a contribuição de Locke, quando nos aborda a respeito dessas operações interna e externa, para a Teoria do Conhecimento, nos remete a uma compreensão que mais tarde a Psicologia Comportamental irá trabalhar com as crianças utilizando desses elementos para que elas adentrem ao mundo das coisas visíveis e reais, isso demonstra mais uma vez o grande salto qualitativo do empirismo que se apresenta como uma nova proposta de reflexão acerca das coisas e do mundo e de nossa maneira de interagir junto a essas realidades.


4º A Concepção de Alma

Outra grande característica marcante a respeito do Conhecimento, segundo Locke, é a sua abordagem sobre a Alma. Locke concebe a alma como uma operação da mente. Assim como o movimento estar para o corpo, o movimento da alma é o pensar e este pensar é sempre consciente, é atento e vigilante, ou seja, consciência e pensamento é atenção. Locke assim argumenta seu pensamento: “imagino que a percepção das idéias é para a alma o que o movimento é para o corpo, isto é, não é sua essência, mas uma de suas operações.” [2]
Com esta sua afirmação ousada e inovadora, Locke desconstrói todo o edifício argumentativo pelo qual Descartes sustentou sua tese nas Meditações, postulando que a Alma é essência, é o próprio pensar e bem antes de Descartes, Platão considera também que a Alma é essência. E mais do que isso a Alma, segundo Locke, não é substância e não é evidente por si mesma, pois, isso requeria uma petição de princípio (aquilo que a pessoa quer provar constitui uma prova) e não uma prova racional e mais uma vez Locke organiza seu pensamento da tese de que tudo nos vem pela experiência: “... que esta substância esteja perpetuamente pensando, ou não, não podemos ter mais segurança do que nos informa a experiência. Afirmar que o pensamento real é essencial á alma e inseparável dela é uma petição de princípio e não uma prova racional, sendo necessária apresentá-la, por não se tratar de uma proposição evidente por si mesma.” [3]
Portanto, qualquer argumento, segundo Locke, parti de sua tese central, da experiência. Vemos que a importância de sua concepção a respeito da Alma dentro da Teoria do Conhecimento, constitui uma verdadeira revolução do raciocínio lógico, pois, durante muito tempo Descartes sustentou na sua tese que a Alma é o próprio pensar e nisso constituía toda verdade irrefutável, no entanto, Locke nos apresenta uma reflexão mais inovadora e ousada, digamos uma nova forma de pensar a respeito das coisas que nos foram postuladas e fechadas, a corrente filosófica do Empirismo, tendo como grande referencial John Locke, nos abre um enorme oceano de possibilidades na construção do Conhecimento e nos faz refletir da enorme contribuição de seu pensamento para a atualidade, é lamentável que Locke não seja tão estudado e pesquisado como deveria ser, quando o confrontamos com os Colossais do pensamento Ocidental, como por exemplo, Nietzsche e Kant.



[1] Livro II, Cap. I, Art. 4. Ensaio Acerca do Entendimento
[2] Idem
[3] Idem